terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Saramela

Cresci a ouvir chamar saramelas às salamandras e parece-me que o nome até lhe está bem apropriado. Ora pensem bem na pro-núncia da palavra: sa…ra…me…la e visualizem o aspecto preto-amarelo-salpicado e melado-gelatinoso do bicharoco. Até soa bem!
Ora as saramelas, salamandras, queria eu dizer, são um animal, da classe dos anfíbios, da ordem caudata e da família Salamandridae.
Descobri recentemente que são, tam-bém, conhecidas por salamântegas, saramânti-gas e saramagantas, para além de saramelas.
São batráquios urodelos, de forma semelhante aos lagartos, de pele nua e bri-lhante e por vezes manchada de amarelo.
Não querendo ocupar o lugar de qualquer entendido na matéria, nem pretendendo tornar a minha história num manual de zoologia, gostaria de acrescentar que as minhas pesquisas levaram-me mais longe na descober-ta deste tão afamado animal.
         A salamandra encontra-se principalmen-te em áreas de bosque, normalmente em ter-reno montanhoso ou de colinas. Escolhe prefe-rencialmente habitats húmidos e sombrios, por vezes nas cercanias de ribeiros ou charcos. Na época de reprodução prefere águas limpas e correntes, no entanto, também, é frequente em charcos, canais de rega, tanques, represas e até albufeiras.
Como animal nocturno, a salamandra-de-pintas-amarelas só sai do seu esconderijo durante o dia, depois de uma forte chuva. Apresenta uma locomoção lenta. Activa nor-malmente entre Setembro e Maio. Nas regiões mais altas pode hibernar durante os meses mais frios.
Reproduz-se entre Setembro e Maio, dependendo das regiões. O acasalamento ocorre em terra. É uma espécie ovovivípara ou vivípara, podendo a fêmea depositar entre 20 e 40 larvas na água. Os jovens são semelhan-tes aos adultos.
Alimenta-se essencialmente de inverte-brados terrestres (escaravelhos, formigas, caracóis, lesmas, minhocas, centopeias, ara-nhas...). As larvas alimentam-se de insectos aquáticos.
Ah! Mas afinal do que estou eu para aqui a falar. Por pouco já me ia esquecendo da nossa história. Digo “nossa” porque ela não é só minha, como já vão ver. Eu apenas sou um ouvinte e que agora resolvi passar isto em jeito de história.
Então, aqui vai.
São seis de Novembro de 2009. E manhãzinha cedo, temos a professora Clara, de Ciências da Natureza, em plena caminhada pela mata do Bom Jesus, em Braga, para manter a boa forma física.
Enquanto levava avante os seus matinais exercícios depara-se com uma bicolor salamandra. Parou… ficou alguns instantes a olhar para ela e pensou…
- Vou levá-la comigo para a escola. Hoje tenho aulas de Ciências da Natureza e vou mostrá-la aos meus alunos.
Dito e feito. Pegou na salamandra e levou-a para a escola
Já na escola e acompanhada da salamandra dentro duma caixinha vai então para as aulas.
Nem de propósito, ia ter o 5ºC, a turma dos nossos amigos: o Américo, a Ana, o André, a Cristina, a Diana, a Emília, o João, o Leonel, a Leonor, as duas Márcias, a Mariana, o Miguel, a Paula, o Rui, o Sandro e o Sílvio.
Foi o fim do mundo!
A aula começou, mas quando a professora lhes mostrou o que tinha dentro da caixa… foi vê-los uns aos gritos, outros enojados, outros radiantes… Enfim! Uma incontrolável excitação.
E logo começaram as histórias fantásticas à volta das salamandras.
Todos queriam falar, todos queriam mexer!
E repentinamente se fez ouvir a voz de uma entendida na matéria:
- Ei! Não bulas na salamandra – disse a Cristina.
E a mesma ideia foi logo reforçada pelo André, que também sabe destas histórias.
Então fez-se silêncio na sala.
A professora estava com uma vontade tremenda de se rir, por causa do verbo bulir. O mesmo verbo, sinónimo de mexer, que me trouxe à memória a minha infância vivida na aldeia, porque esse termo era frequentemente usado na linguagem do povo.
Mas ainda não estava tudo dito. Faltava a sentença final:
- Se mostrares os teus dentes à saramela ficas com eles da cor dela – atestou a Cristina, tentando desviar o seu olhar da nossa amiga preta-amarela-salpicada.
De imediato os outros especialistas da turma concluíram que não se deve olhar para uma saramela com a boca aberta, porque os dentes ficam podres.
Ora tais recomendações levaram-me novamente pelos caminhos da investigação. E sabem o que afinal encontrei?!!!
Afinal isso é verdade! Há uma crença popular que afiança que não se deve olhar para uma saramela com a boca aberta, porque os dentes ficam escuros. “ Se mostrares os teus dentes à saramela ficas com eles da cor delas”.
É o que diz o povo!
Perturbada a turma fez um estrondoso silêncio.
Mas de imediato, havia já quem pusesse as mãos nos dentes, outros perguntavam aos colegas se notavam qualquer alteração no seu aspecto, enfim…
Era um pavor!
Por fim e no meio do pânico instalado por causa da possibilidade dos dentes deles apodrecerem, a professora Clara, com muita serenidade e com um olhar grave e muito sério, informou:
- Meus meninos! Não se preocupem mais com os vossos dentes, pois acabaram de chegar, agora mesmo, os vossos cheques-dentista.

David Carpinteiro e alunos do 5º C da Escola E.B. 2/3 de Amares - Ano Lectivo 2009/2010

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Sino de Ouro

         Diz-se por aí que entre Caldelas e Bouro existe um sino de ouro, que está enterrado no monte que separa estas duas localidades. Esta é uma história muito antiga, que tem passado de geração em geração, mas sem nunca se comprovar a sua veracidade.
       Intrigados com este caso, os alunos do 5ºK decidiram organizar uma expedição ao monte, em busca do sino de ouro.
       Primeiro combinaram o dia ou dias em que iria decorrer a tal campanha. Depois decidiram o que cada um tinha de levar.
       Após algumas reuniões de preparação a Bruna disse:
       - Atenção pessoal. Tive uma ideia! E se organizássemos um acampamento nas férias de Natal?
       - Boa!... - disseram todos.
       -Assim, temos tempo suficiente para procurar o famoso sino de ouro - concluiu o João Abel.
       A turma reuniu novamente e viram que era necessário ter um adulto, que fosse responsável, para os acompanhar. De imediato pediram ao professor David para os acompanhar, que prontamente aceitou o convite.
       Os alunos andavam radiantes com a ideia do acampamento e ansiosos que chegasse o dia 19 de Dezembro, que era o data em que a façanha ia começar.
       Às nove da manhã desse dia frio de Dezembro já estavam todos os alunos do 5ºk à porta da escola, local escolhido para a partida. O pai do Ruben levou a sua carrinha para transportar os utensílios e as mochilas dos nossos exploradores.
         De imediato, professor e alunos começaram a jornada em direcção ao monte. Depois de três horas de alegre caminhada chegaram ao local onde tudo iria acontecer.      Alegres, mas cansados e cheios de fome não sabiam o que iriam comer. Ninguém estava com vontade, nem com forças para preparar uma refeição. E de repente um enorme grito de alegria se fez ecoar no monte. O pai do Ruben passou na pizzaria e levou pizzas e sumos para todos.
         Após reconfortante refeição era hora de montar o acampamento. Rapidamente as tendas ficaram alinhadas em duas alas, uma masculina e outra feminina. Construiu-se, também, uma cabana que servia de cozinha e arrecadação. Tratou-se, ainda, do local para a higiene pessoal e dejectos corporais.    Depois de as instalações terem ficado prontas, o professor David reuniu toda a turma e em conjunto estabeleceram regras para uma convivência saudável. Todos tinham tarefas diárias a cumprir no campo.
         No primeiro dia, à noite, fizeram uma fogueira à volta da qual se reuniram depois do jantar a contar histórias e a cantar.
         Domingo de manhã. Todos acordaram cedo, porque estavam desejosos de iniciar as escavações à procura do sino de ouro. Antes de qualquer trabalho pegaram num velho mapa feito à mão pelo trisavô do João Abel. Analisaram-no com cuidado e seguiram todas as indicações que nele constavam.         Primeiro marcaram o local com umas estacas, para delimitar a área da intervenção.
         Os primeiros trabalhos realizados foram de limpeza do espaço. Com enxadas e forquilhas nas mãos, em poucas horas limparam todo o mato existente. E depois foi necessário tratar das mazelas das mãos e das pernas, provocadas pelo intenso trabalho e pelos espinhos das silvas. A Cátia e a Patrícia foram as mais afectadas e, por isso, ficaram com outras tarefas menos pesadas e juntaram-se ao João Carlos, à Diana e à Cláudia na preparação do almoço.
         Após a refeição começaram então os primeiros trabalhos de escavação. Com pás e picaretas via-se o Diogo, o André, o Filipe, o Francisco e o Luís Martins a retirarem os primeiros carrinhos de terra que eram transportados para outro local pela Vera, pelo Eduardo e pela Helena.
         A Antonieta seguia atentamente a evolução das obras e ia registando no mapa a área já escavada.
         Ao fim da tarde desse dia, toda a turma se reuniu para procurar novas estratégias a fim de poderem andar mais rapidamente, pois tinham concluído que nesse dia o trabalho executado fora pouco.
         Caiu a noite e depois do jantar já ninguém queria contar histórias, nem cantar.
         Na manhã do dia seguinte, enquanto os estudantes se levantavam e iam tomando o pequeno-almoço, preparado pela Marisa e pela Márcia, já o professor David andava a remover umas enormes pedras com a ajuda do Luís Machado e da Catarina, que tinham acordado mais cedo.
         Nessa manhã foi toda a gente mobilizada para as escavações, excepto as lesionadas que foram à aldeia comprar frango assado para a refeição. Com o contributo empenhado de todos ficou bem visível a evolução dos trabalhos. Mas… nenhum sinal do Sino de Ouro.
         O Gonçalo, já estoirado de tanto trabalho, queria ir embora e achava que todo aquele esforço era de loucos e já não acreditava que ali houvesse qualquer coisa para além de terra e pedras. Prontamente os seus colegas contrariaram a sua ideia e afirmaram que só sairiam daquele monte quando encontrassem a razão do seu labor.
         O frango assado já estava na mesa pronto para ser devorado pelos esfomeados operários. No fim da refeição a Eva e a Joana ficaram a arrumar as instalações alimentares, tratando de lavar a loiça e preparar o lanche da tarde.
         Novamente no campo de batalha, todos se esforçavam para uma faina mais eficiente. No sítio indicado no mapa, onde provavelmente se encontraria o lendário sino, as escavações já levavam dois metros de profundidade. A Bruna Carvalho, já cansada, começava a perder a esperança de se encontrar ali qualquer coisa. Nessa altura o professor David pediu o mapa à Antonieta e após uma análise mais atenta e tendo escutado a opinião dos outros membros, concluiu-se que afinal de contas o lugar onde deveria estar o sino era no lado oposto. A desilusão era enorme e o José Pedro queria bater na Antonieta por esta não ter dado as indicações correctas e estar a ver o mapa ao contrário.
         Após o lanche, o desejo de ir embora já reinava na maioria dos alunos. Foi então que o Nuno sugeriu que era melhor descansar mais nesse dia, para que os ânimos de todos não desanimassem e assim recuperariam força e determinação para no dia seguinte continuar a nobre tarefa a que se tinham proposto. Assim, o resto desse dia foi passado em divertidas actividades.
         Ainda o sol, da manhã do quarto dia, não tinha nascido, já o José Daniel preparava o pequeno-almoço para toda a gente, que entretanto foi acordada ao som de um rebanho de cabritas, que pastavam ali mesmo ao lado. Findas as actividades matinais do acampamento, todos pegaram no material necessário e foram à procura do sino de ouro.
         Retemperados do fracasso do dia anterior, cantavam belas canções enquanto escavavam. Repentinamente ouve-se com estrondo o bater de uma picareta numa placa de pedra. Todos acorreram ao local onde estava o André. Um olhar mais atento da Catarina revelou que naquela pedra estavam inscritos uns símbolos estranhos. De imediato começaram a tirar a terra que estava em cima da pedra e puderam observar uma magnífica lápide. Era o sinal que alguma coisa estava para acontecer. Nesse momento todos estavam excitadíssimos e queriam levantar a lápide o mais depressa possível.
         Com a colaboração de todos, retiraram cuidadosamente aquela lápide de pedra. E com grande surpresa e espanto, descobriram, debaixo daquela pedra, uma entrada para uma gruta. Enquanto uns preparavam uma escada de madeira para descer, outros foram de imediato buscar as lanternas, enquanto dois ou três estavam ao telemóvel a contar as novidades aos pais.
         Cheio de coragem, e como a situação exigia muita responsabilidade, o professor David foi o primeiro a entrar na gruta para averiguar as condições de segurança. Mal apontou a luz para o tecto da gruta, um pequeno bando de morcegos voou para cima dele. Na tentativa de se livrar dos noctívagos animais partiu a lanterna e às escuras bateu com a cabeça na parede. Felizmente não houve nada de grave, apenas uns arranhões.

         Entretanto já o João Carlos descia as escadas com outra lanterna e logo a seguir todos quiseram entrar. Como o espaço era grande e não era visível qualquer perigo, todos os alunos puderam descer. Maravilhados com a descoberta, começaram a afirmar que o sino que procuravam devia encontrar-se ali. Nessa altura a Marisa reparou que uma pedra da gruta possuía os mesmos símbolos que estavam inscritos na lápide que tinham anteriormente removido. Então a Vera sugeriu que se arrancasse também aquela pedra, porque podia ser o esconderijo do sino de ouro.
         Imediatamente o Diogo, o Eduardo e o Gonçalo, mais as Brunas e a Helena foram buscar as ferramentas para se poder afastar a pedra. Estavam todos muito inquietos e todos queriam participar naquela palpitante tarefa. E já era possível desviar a pedra. Cuidadosamente tiraram-na do seu lugar. Apenas um buraco escuro ficou a descoberto, mas quando apontaram as lanternas para lá surgiu um intenso brilho dourado:
         - É o sino de ouro! - gritaram eufóricos os alunos.
         Todos se apressaram a ligar aos pais dando a excitante notícia. Em pouco tempo já eram muitos os pais que se encontravam naquele lugar. Chegaram também os jornalistas da rádio, dos jornais e até da televisão, que de imediato começaram a fazer directos. Chegaram também investigadores, o presidente da Câmara e a G.N.R. para pôr ordem naquele local, pois o trânsito começava a intensificar-se. Milhares de pessoas dirigiam-se para o monte, onde tudo tinha acontecido.
         Com a ajuda dos arqueólogos e da maquinaria cedida pela Câmara Municipal foi retirado daquela gruta o lendário Sino de Ouro.
         O sino foi levado para um Museu, onde foi cuidadosamente limpo e catalogado.
         Entretanto a Câmara Municipal realizou obras naquele campo arqueológico onde foi encontrado o sino. Construiu acessos e um espaço museológico para que todas as pessoas pudessem visitar os importantes e magníficos achados desvendados pelos alunos do 5º K.
         Passado um ano realizou-se uma cerimónia que constava da devolução do Sino de Ouro ao local onde tinha sido encontrado e onde podia ser admirado por toda a população em dignas condições. Nessa cerimónia houve também uma homenagem, com entrega de medalhas do Município aos venturosos exploradores. E na presença das entidades oficiais, civis e religiosas, e de muitos ilustres convidados, acompanhados mais uma vez pelos órgãos da comunicação social, que noticiaram, em directo, todo o evento, foi descerrada uma lápide comemorativa onde está inscrito:
         “Aos bravos e corajosos descobridores do 5º K, da Escola E.B. 2/3 de Amares, que deram a conhecer ao mundo o Sino de Ouro, que jazia entre Caldelas e Bouro”.

David Carpinteiro e alunos do 5º K, Escola E.B. 2/3 de Amares - Ano Lectivo 2009/2010

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Situação Inesperada

        Finalmente tinha chegado o dia mais desejado de todos os alunos do 6ºC da E.B. 2/3 de Amares, o dia em que começava uma inesquecível visita de estudo às Berlengas, com o professor David e a professora Clara. Estavam agrupados nas escadas da escola à espera do autocarro, que de repente surgiu ao virar de uma curva, da estrada junto à escola.
        - Que fixe - disseram os alunos ao mesmo tempo.
Puseram-se, de imediato, em fila para entrar no autocarro e logo começou a viagem. Foi uma viagem longa mas agradável.
        Chegados a Peniche, alunos e professores saíram do autocarro e perfilaram-se para entrar no barco, que já os aguardava.
        No barco, a Márcia Catarina e a Cristina não largavam as suas máquinas que a cada instante disparavam mais uma fotografia. Do lado oposto, a Ana, a Márcia Alexandra e a Leonor já estavam enjoadas. Mas a viagem foi curta e, finalmente, chegaram à pequena ilha.
        - Pessoal, chegamos! - disse a Diana que ia à frente e conseguia ver tudo.
        Quando chegaram ao cais, saíram do barco e foram para a camioneta que os levaria ao forte. Já no forte, as raparigas foram logo para os seus quartos e os rapazes seguiram-nas, instalando-se nos seus aposentos. Os quartos eram antigas camaratas dos soldados, agora adaptadas às necessidades dos novos ocupantes. Quando acabaram de arrumar as suas coisas, a Paula e o André foram perguntar ao professor e à professora se podiam ir para a praia.
        - Sim - disse a professora Clara. - Mas quero que apanhem as conchas que lá encontrarem.
        - Todas? – perguntou o André.
        - Claro que não! - respondeu o professor.
        Prontamente, cada um foi ao seu quarto avisar os amigos. Vestiram os fatos de banho e foram para a praia.
        Quando andavam, alegremente, a apanhar conchas do mar algo inesperado aconteceu.
        - Vem aí uma tempestade - disse o Alexandrino, que era o mais alto da turma e, por isso, conseguia ver tudo bem.
        - Escondam-se debaixo das mesas – disse o Borges.
        - Aqui não há mesas! - disse a Catarina.
        - Vamos para o forte – exclamou o Roberto.
        E lá foram todos a correr para o forte.
        - O que é que foi aquilo? – perguntou a Mariana.
        - Uma tempestade – respondeu a Emília.
        - Uma tempestade num dia de sol a escaldar! – retorquiu o Bruno espantado.
        - É muito esquisito! – murmurou o Marco.
        - Temos de investigar! – disse o João enrolando o seu cabelo.
        - Podem investigar, mas primeiro têm de tomar banho - avisou o professor.
        Depois de um banho quentinho estiveram a conversar:
        - E se procurássemos no noticiário da televisão – propôs o Leonel.
        - Que ideia maravilhosa! – exclamou o Ricardo.
        - Aleluia! O Ricardo disse alguma coisa certa – gritaram o Miguel, a Rafaela e o José Paulo.
        Dividiu-se a turma em dois grupos de 13 pessoas. Uns procuravam nos jornais e outros iam ver o que dizia a televisão.
        - Sandro! Pára quieto! – exclamaram as raparigas todas em coro.
        - Eu paro – disse ele.
No outro grupo em vez de verem as notícias andavam a falar de velhas histórias.
        - Adorei quando fomos à casa da Márcia por causa do toc…toc… - disse o Sílvio.
        - Vamos mas é trabalhar! – propôs o Rui.
        - Está bem! – concordaram todos.
E, de volta ao primeiro grupo, a conversa já era outra:
        - Encontrei! – afirmou a Márcia.
        - O quê? – perguntou a Leonor – O que é que encontraste?
        - No jornal vem tudo sobre a tempestade – respondeu a Márcia.
        - Deixa ver – pediu a Emília. E começou a ler: “…cientistas de Nova Iorque fizeram uma tentativa para acabar com a tempestade em Forks, mas sem querer enviaram-na para Portugal…vai demorar pelo menos uma semana a voltar o bom tempo…”
        - Que seca, vamos estar aqui uma semana sem sol! – lamentou-se a Ana.
        - Acho que vamos ter de ir para casa – previu a Diana.
        - Eu vou telefonar ao André para pararem de pesquisar – acrescentou o Sandro.
Desanimados, juntaram-se todos no forte e começaram a arrumar as malas para se irem embora, pois não podiam continuar ali com aquele tempo.
        Agora era tempo de fazer a viagem em sentido contrário e regressarem sãos e salvos a suas casas. E na despedida, lamentavam-se de terem ficado com as férias arruinadas.

Emília Fins – 6º C, E.B. 2/3 de Amares – 2010/2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

A Encruzilhada

Faltavam poucos dias para chegar o Verão. E a ansiedade era cada vez maior naquela turma da Escola E. B. 2 / 3 de Amares, o 5º F. Os alunos dessa turma, juntamente com o seu director de turma, tinham organizado umas férias na Moldávia, um país longínquo e desconhecido de todos. Na verdade não era bem assim, porque uma aluna da turma tinha lá nascido.
Finalmente chegou o dia da partida e todos se encontravam no aeroporto radiantes e felizes por estarem perto de embarcar. Só a Ana Maria e o Diogo estavam receosos, porque tinham medo das alturas.
Já dentro do avião e quando este se encontrava na pista a iniciar o seu voo, via-se o Zé Pedro amarrado ao banco com toda a força e a ficar cada vez mais pálido. Felizmente nada aconteceu!
Durante as sete horas de viagem, a Margarida e a Chica não pararam, nem por um segundo, de conversar e o Sandro e o Cláudio entretiveram-se a jogar PSP. Outros dormiram, outros olharam simplesmente para as nuvens, através das pequenas janelas e outros não fizeram nada.
Eram seis da tarde quando chegaram a Chişinãu. No aeroporto à espera dos turistas estava o avô da Andreea, mais o seu tio Viorel, prontos para os transportarem até Străşeni. A viagem, feita em duas carrinhas de caixa aberta, durou pouco mais do que uma hora. Mas todos queriam que tivesse durado muito mais, porque foi uma enorme diversão. Apenas a Tânia se sentiu um pouco tonta e enjoada com aquela turbulenta viagem maluca.
Ao chegar à quinta do avô da Andreea, em Străşeni, a saudosa neta correu para os braços da avó Ana.
Depois de conhecerem a família e a quinta onde iriam ficar instalados, era altura de tomarem uma reconfortante refeição pre-parada pelos donos da casa. Nesse dia já nada mais podia acontecer, apenas um banho bem quentinho e uma boa noite de sono e sonho.
No dia seguinte, ainda de manhãzinha cedo, andava o Lúcio para trás e para a frente, porque estava com saudades da sua caminha e já não conseguia dormir. Os outros ainda dormiam tranquilamente, apenas alguma agitação no quarto do Francisco porque o seu ressonar incomodava os seus colegas.
Durante o pequeno-almoço ficou decidido que nessa manhã iriam visitar as vinhas e a adega do avô da Andreea. E assim foi!
As vinhas estavam repletas de uvas que começavam a amadurecer. Ora o Rui, o Daniel Ferreira e o Vítor não perderam tempo e a oportunidade de as saborearem, mesmo estando ainda meias verdes. Claro que isso não deu bom resultado e passado algum tempo já se contorciam e queixavam de dores de barriga. E tiveram de ser rápidos para irem atrás de uma árvore… Não queiram saber o que lá aconteceu. Mas os seus colegas começaram a queixar-se de um certo mau cheiro que vinha dos lados daquelas árvores.
Já aliviados uns e outros zangados, por causa da espera, continuaram a visita às vinhas, ouvindo atentamente as explicações que o avô Andrei ia dando e que só eram percebidas porque a Andreea as traduzia.
À tarde foram visitar o lugar onde é guardado o vinho, aquilo que para nós é uma adega, mas na Moldávia esse lugar encontra-se debaixo de terra, numa espécie de gruta, que se chama beci. Todos ficaram encantados com aquele lugar e alguns, como os dois David, mais o Mauro e o Gabriel, já imaginavam grandes aventuras naquele espaço subterrâneo, onde estavam guardadas milhares de garrafas de vinho. O Rui e o Sandro queriam que o anfitrião abrisse uma garrafita para matarem a sede, mas tal não aconteceu. Apenas água e sumos para as meninas e meninos.
De volta a casa, percorreram outro caminho que passava pelo meio de uma mata de frondosas e verdejantes árvores. A dada altura, o avô Andrei disse que tínhamos de fazer um pequeno desvio, porque não se podia passar na encruzilhada que estava mesmo à nossa frente. A encruzilhada era o lugar onde dois caminhos se cruzavam. E o avô Andrei não queria que passássemos por lá, porque contava-se que em determinadas épocas passavam-se ali estranhos acontecimentos. Todos ficaram assustados e muito curiosos e queriam ouvir essas fabulosas histórias. E assim foi! Depois do jantar todos ficaram muito atentos às histórias de lobisomens, cavalos e colares de ouro, que o avô Andrei narrava.
Depois foram para a cama, mas ninguém conseguia dormir. E na mesma altura em que no quarto das raparigas conversavam sobre as histórias fantásticas que tinham ouvido, já no quarto dos rapazes preparavam uma saída secreta para irem à encruzilhada. Mas gerou-se uma pequena confusão. O Daniel Oliveira era da opinião que se devia convidar as raparigas para essa aventura. Logo uns concordaram, mas outros estavam totalmente em desacordo e queriam que fossem só os rapazes. Decidiram então fazer uma votação e o grupo dos que não queriam dizer nada às raparigas ganhou. Rapidamente os rapazes se puseram a caminho da encruzilhada. Saíram de casa discretamente e, silenciosamente, foram aproximando-se da encruzilhada. A cada passo que davam o bater do coração era cada vez mais forte. A ansiedade e o medo começavam a tomar conta deles. Quando faltavam apenas cinco, digo, apenas cinco passos para a encruzilhada e viram um pequeno arbusto a mexer-se foi confusão total: uns gritavam, outros amarraram-se uns aos outros e o Chico, na tentativa de se esgueirar dali, esbarrou-se contra uma árvore. Perante este cenário começou-se a ouvir uma enorme gargalhada. E de imediato começaram a sair de trás dos arbustos as raparigas. Pasmados os rapazes nem queriam acreditar no que estavam a ver. Depois de sossegados, combinaram ali mesmo uma nova saída, mas agora com todo o grupo: rapazes e raparigas.
No dia seguinte prepararam, cuidadosamente, tudo aquilo que precisavam para as suas intenções dessa noite. Tudo isto aconteceu com a primorosa ajuda da Andreea e às escondidas do avô Andrei e do professor David.
Eis que chegou a noite e durante o jantar todos permaneceram estranhamente calados. Até os senhores da casa estavam admirados e tencionavam saber o que se passava com os meninos, pois nunca os tinham visto assim. Mas nada lhes foi dito! Nem uma palavra!
Já de madrugada e quando a casa jazia num enorme silêncio, rapazes e raparigas saíram, prudentemente, em bicos de pés, dos seus quartos. Encaminharam-se para o local combinado, à entrada da quinta, onde se encontrariam. Vestidos com roupas escuras, para não serem reconhecidos, caminharam, depois, até à encruzilhada.
Ao chegar à encruzilhada o grupo dividiu-se em quatro, um para cada caminho. Era noite de lua cheia e todos queriam ver o que lá se passava e confirmar in loco se as histórias que lhes contaram eram afinal verdadeiras. Repentinamente fez-se ecoar o troar de um cavalo que parou milimetricamente no meio, mesmo no meio da encruzilhada. Assustados e sem quererem acreditar no que os seus olhos estavam a ver, os quatro grupos ficaram imobilizados e bem escondidos atrás da vegetação.
O cavalo pressentindo a presença de estranhos começou a relinchar e a bater fortemente com as patas dianteiras no chão, como quem escavava. Perante este cenário a Catarina, descontroladamente, soltou um grito e o cavalo fugiu assustado. Mas de imediato e sem dar tempo a que se recompusessem, eis que surge na encruzilhada uma criatura muito mais assustadora. Era um misto de homem e lobo… era um lobisomem!
Se com o cavalo já tinham ficado assustados, com o lobisomem pior foi: uns fugiram desalmadamente sem saber para onde iam, outros gritavam frenéticos sem se mexerem e a Tânia ao ver aquela criatura abriu a boca para gritar, mas já não conseguiu, porque nesse instante desmaiou. No meio da encruzilhada permanecia quieto o lobisomem, no mesmo sítio onde o cavalo tinha batido com as patas como quem escavava. Entretanto os colegas da Tânia deitavam-lhe água na cara, enquanto o Rui lhe fazia festinhas na cabeça a ver se ela acorda-va.
Ao mesmo tempo que decorria aquela cena romântica ouviu-se um enorme uivar numa mistura de grito humano e acompanhado de uma estrondosa explosão de luz, que se desfez numa nuvem de fino fumo. E o lobisomem desapareceu num ápice. Ainda a medo começaram a surgir, entre os arbustos do outro lado da encruzilhada, as cabeças do grupo que lá se encontrava. O Mauro que se levantou um pouco mais informou os colegas que o lobisomem tinha desaparecido. Então, todos saíram dos seus esconderijos, menos o Rui que continuava a tentar acordar a Tânia do seu desmaio. O grupo juntou-se e foram todos ver o que se passava com a sua colega desmaiada, que entretanto acabou por acordar, desorientada.
Amedrontados foram para casa e pelo caminho encontraram a Alice, os David, a Joa-na e o Diogo que ainda andavam perdidos no meio do campo. Ao chegar o grupo tinha uma surpresa à sua espera: o professor David e o avô Andrei aguardavam, muito zangados, os atrevidos e ousados meninos, que logo desfiaram um rol de desculpas. Mas para o professor ficavam todos de castigo. No entanto o avô Andrei, homem mais sensato e paciente, aconselhou que se ouvisse o que os alunos tinham realmente a dizer.
Então reuniram-se todos na sala de jantar e fizeram um relato completo de tudo aquilo que eles tinham visto naquela noite, na encruzilhada. Depois de uma hora de atormentada conversa e tendo em consideração os relatos dos acontecimentos fascinantes que se diziam acontecer naquele lugar, concordaram em investigar melhor aquele lugar.
Na manhã do dia seguinte, o avô Andrei pegou num tractor, com algumas ferramentas, e levou toda a gente no atrelado para os quatro caminhos. Quando chegaram ao local, os alunos mostraram o sítio exacto onde o cavalo tinha estado e onde o lobisomem se tinha esfumado. Logo pegaram em pás e picaretas e começaram a escavar. Escavaram… escavaram… Até que de repente ouviu-se uma picareta bater em ferro. Todos pararam e puseram-se a ver melhor o que estava ali escondido. Via-se apenas um pedaço de ferro já enferrujado. Continuaram, com mil cuidados, a retirar a terra de cima daquele ferro, que passado algum tempo acabou por se revelar totalmente: era uma velha caixa de ferro que ali estava enterrada. Levantaram-na meticulosamente e debaixo dela escondia-se uma pequena chave, também ela de ferro.
De imediato embrulharam a caixa numa camisola do Sandro e taparam novamente o buraco que tinham aberto na encruzilhada.
Foram para casa. A curiosidade era cada vez mais intensa. Todos queriam saber o que havia dentro daquela caixa. Já não aguentavam mais!
O avô Andrei pegou na caixa e o professor David na chave. A excitação era grande e, diligentemente, a chave foi introduzida na fechadura e à primeira volta a caixa de ferro abriu-se… E surpresa das surpresas de dentro saiu um incandescente brilho doirado.
A caixa de ferro guardava há milhares de anos trinta colares de ouro, que foram dis-tribuídos pelos vinte e oito alunos, mais um para o professor David e outro para o avô Andrei, que de imediato o ofereceu à avó Ana.
O dia seguinte estava quase a chegar! Já era dia de regressar a Portugal.
David Carpinteiro e alunos 6º F, Escola E.B. 2/3 de Amares - Ano Lectivo 2009/2010

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Nossa Escola

A nossa escola
Escola E. B. 2/3 de Amares
Amares, terra de muita alegria
Alegria é cor, é fantasia
Fantasia da turma 6ºC
6º C, uma turma em acção
Acção e muita diversão
Dirversão é o que querem os alunos
Alunos muito aplicados e trabalhadores
Trabalhadores da ciência e do pensamento
Pensamento que nos leva mais longe
Longe... longe... longe...
Longe!

Alunos do 6º C - Escola E. B. 2/3 de Amares - 2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MARIA GANCHA

Maria Gancha era uma velha, mesmo muito velha. Ninguém sabia a sua idade, nem ela própria!
Para além de velha, já sem dentes e a pele toda enrugada, tinha um nariz, tipo batata, também ele todo enrugado. No queixo uma grande verruga, cheia de pêlo, completava o retrato medonho.
Vestia sempre de preto e morava numa casa ainda mais velha do que ela, numa clareira de uma mata, no sopé dum monte.
Nesse lugar, sempre húmido e coberto de nevoeiro, ninguém ousava entrar, apenas ela… a Maria Gancha.
Ninguém sabia o que ela fazia ou o que comia, apenas sabiam que andava sempre com uma gancha na mão, daí o seu nome.
Nunca foi vista à luz do dia e raros foram aqueles que conseguiram observar o vulto fugidio de Maria Gancha, em noites de lua cheia.
A sua intrigante e obscura fama começou a espalhar-se pelas redondezas. Todos tinham medo de pronunciar o nome dela, sobretudo as crianças, porque Maria Gancha era afamada por assustar tremendamente as crianças e, pior do que isso, por raptar criancinhas e levá-las para o seu misteriooooooooso mundo!
Foi então que as crianças da aldeia, sempre que chegava a noite, começaram a trancar as portas e a fechar todas as janelas, para que a Maria não lhes aparecesse com a sua assustadora gancha na mão.
Intrigados com toda esta história, eis que uma turma da Escola EB 2/3 de Amares resolve organizar uma visita à casa de Maria Gancha e desvendar tudo o que lá se passava.
Então a turma 5º C começou os preparativos dessa nocturna aventura. O Américo, a Ana, o André, a Cristina, a Diana, a Emília, o João, o Leonel, a Leonor, as duas Márcias, a Mariana, o Miguel, a Paula, o Rui, o Sandro e o Sílvio, mesmo entusiasmados, tremiam de medo e amarravam-se uns aos outros, só de pensar no assunto.
Na noite marcada e à hora combinada lá estavam eles no adro da igreja da aldeia, prontos para tamanha façanha.
Munidos de lanternas e vestidos de roupas escuras começaram então, silenciosamente, a sua caminhada em direcção ao monte.
Pelo caminho o piar de um mocho desfez momentaneamente o silêncio do grupo. Mais à frente, já perto da clareira da mata uma coruja quase desencorajou os alunos. É então que começam os desentendimentos na turma, que até aqui se tinha mantido unido. A Paula, o André, a Leonor, o Leonel, o Sílvio e a Mariana já não aguentavam tanto medo e queriam voltar para trás, mas não tencionavam ir sozinhos.
Agrupada toda a equipa e após alguns momentos de aterrorizante silêncio, entremeado de algumas conversas, decidiram então continuar com o seu propósito de ir à casa da Maria Gancha.
Cada vez mais assustados lá seguiram por meio da mata escura e húmida.
Mais à frente e já mais perto do seu destino, um bando de morcegos passa pelo meio deles e é ver o Miguel bater com a cabeça contra uma árvore e a Emília a esbarrar-se contra a Cristina, enquanto a Diana se amarra ao João, já quase a chorar de medo.
Decididos que estavam em levar avante o que haviam acordado, apanharam as lanternas, respiraram fundo e resolveram continuar a marcha.
A clareira estava agora à frente deles, mas a casa da Maria Gancha ainda não era visível por causa do intenso nevoeiro que pairava no ar.
A lanterna do Rui deixou de funcionar e a apreensão do grupo começou a fazer-se sentir.
Era um mau presságio.
Com muita dificuldade, as Márcias, a tremer de frio e a lanterna do Sandro a começar a falhar, lá chegaram ao pé da casa, que já não tinha porta e que tinha alguns vidros de algumas janelas partidos.
Pararam repentinamente e novamente se amarram uns aos outros, agora com os corações a bater com mais força.
O Américo disse que ia à frente e que não tinha medo nenhum, mas mal deu um passo para passar a porta da entrada da casa da Maria Gancha soltou um griiiiiiito de morte, porque se tinha esbarrado com uma enorme teia de aranha que estava instalada na entrada da porta da casa. Nesse momento deixou cair a lanterna num buraco e a luz era agora cada vez menos.
Pararam alguns momentos e quase todos achavam agora que era melhor irem-se embora, até porque grande parte das lanternas, das que sobravam com vida, começavam a falhar. No entanto, a Emília lembrou que afinal estar tão perto da casa, e depois de tudo o que já tinham passado, e ir embora sem nela entrar seria uma imensa frustração, mesmo contando com todo o medo que os assombrava.
Decididos a levar a sua aventura até ao fim, entram repentinamente na casa e todos, em roda, com as pernas e os braços a tremer e com a respiração sufocada, esperavam dar de caras com a velha muito velha que andava sempre com uma gancha e assustava as criancinhas. Mas…. Nada!
- Aaaaaiiiiiiiii! – gritaram todos em uníssono. Um vulto estranho em forma de sombra tinha passado mesmo à frente deles.
Petrificados, não saíram do lugar e já só lhes restavam duas lanternas a funcionar. Mas um olhar mais atento revelou que a sombra do vulto que viram era afinal dum gato preto, que por ali se abrigava do frio que fazia na mata.
Encostada a uma parede cheia de musgo estava uma velha gancha, abandonada, cheia de pó e com tanta ferrugem, que de certeza há já muitos anos que não era usada.
Admirados concluíram que apenas só havia a gancha e não havia a Maria, que só aparecia à noite e assustava as crianças da aldeia.
David Carpinteiro e alunos do 5º C da Escola E.B. 2/3 de Amares - Ano Lectivo 2009/2010

sábado, 1 de janeiro de 2011

Introdução

A ideia deste blogue surge na sequência de trabalho realizado com os meus alunos, da escola E. B. 2/3 de Amares, e na necessidade de dar visibilidade aos trabalhos realizados pelos alunos, na Oficina de Leitura e Escrita.
Este será sobretudo um espaço de divulgação, colocando ao dispor de todos os textos produzidos.Para além disso outros textos literários serão aqui divulgados.