Faltavam poucos dias para chegar o Verão. E a ansiedade era cada vez maior naquela turma da Escola E. B. 2 / 3 de Amares, o 5º F. Os alunos dessa turma, juntamente com o seu director de turma, tinham organizado umas férias na Moldávia, um país longínquo e desconhecido de todos. Na verdade não era bem assim, porque uma aluna da turma tinha lá nascido.
Finalmente chegou o dia da partida e todos se encontravam no aeroporto radiantes e felizes por estarem perto de embarcar. Só a Ana Maria e o Diogo estavam receosos, porque tinham medo das alturas.
Já dentro do avião e quando este se encontrava na pista a iniciar o seu voo, via-se o Zé Pedro amarrado ao banco com toda a força e a ficar cada vez mais pálido. Felizmente nada aconteceu!
Durante as sete horas de viagem, a Margarida e a Chica não pararam, nem por um segundo, de conversar e o Sandro e o Cláudio entretiveram-se a jogar PSP. Outros dormiram, outros olharam simplesmente para as nuvens, através das pequenas janelas e outros não fizeram nada.
Eram seis da tarde quando chegaram a Chişinãu. No aeroporto à espera dos turistas estava o avô da Andreea, mais o seu tio Viorel, prontos para os transportarem até Străşeni. A viagem, feita em duas carrinhas de caixa aberta, durou pouco mais do que uma hora. Mas todos queriam que tivesse durado muito mais, porque foi uma enorme diversão. Apenas a Tânia se sentiu um pouco tonta e enjoada com aquela turbulenta viagem maluca.
Ao chegar à quinta do avô da Andreea, em Străşeni, a saudosa neta correu para os braços da avó Ana.
Depois de conhecerem a família e a quinta onde iriam ficar instalados, era altura de tomarem uma reconfortante refeição pre-parada pelos donos da casa. Nesse dia já nada mais podia acontecer, apenas um banho bem quentinho e uma boa noite de sono e sonho.
No dia seguinte, ainda de manhãzinha cedo, andava o Lúcio para trás e para a frente, porque estava com saudades da sua caminha e já não conseguia dormir. Os outros ainda dormiam tranquilamente, apenas alguma agitação no quarto do Francisco porque o seu ressonar incomodava os seus colegas.
Durante o pequeno-almoço ficou decidido que nessa manhã iriam visitar as vinhas e a adega do avô da Andreea. E assim foi!
As vinhas estavam repletas de uvas que começavam a amadurecer. Ora o Rui, o Daniel Ferreira e o Vítor não perderam tempo e a oportunidade de as saborearem, mesmo estando ainda meias verdes. Claro que isso não deu bom resultado e passado algum tempo já se contorciam e queixavam de dores de barriga. E tiveram de ser rápidos para irem atrás de uma árvore… Não queiram saber o que lá aconteceu. Mas os seus colegas começaram a queixar-se de um certo mau cheiro que vinha dos lados daquelas árvores.
Já aliviados uns e outros zangados, por causa da espera, continuaram a visita às vinhas, ouvindo atentamente as explicações que o avô Andrei ia dando e que só eram percebidas porque a Andreea as traduzia.
À tarde foram visitar o lugar onde é guardado o vinho, aquilo que para nós é uma adega, mas na Moldávia esse lugar encontra-se debaixo de terra, numa espécie de gruta, que se chama beci. Todos ficaram encantados com aquele lugar e alguns, como os dois David, mais o Mauro e o Gabriel, já imaginavam grandes aventuras naquele espaço subterrâneo, onde estavam guardadas milhares de garrafas de vinho. O Rui e o Sandro queriam que o anfitrião abrisse uma garrafita para matarem a sede, mas tal não aconteceu. Apenas água e sumos para as meninas e meninos.
De volta a casa, percorreram outro caminho que passava pelo meio de uma mata de frondosas e verdejantes árvores. A dada altura, o avô Andrei disse que tínhamos de fazer um pequeno desvio, porque não se podia passar na encruzilhada que estava mesmo à nossa frente. A encruzilhada era o lugar onde dois caminhos se cruzavam. E o avô Andrei não queria que passássemos por lá, porque contava-se que em determinadas épocas passavam-se ali estranhos acontecimentos. Todos ficaram assustados e muito curiosos e queriam ouvir essas fabulosas histórias. E assim foi! Depois do jantar todos ficaram muito atentos às histórias de lobisomens, cavalos e colares de ouro, que o avô Andrei narrava.
Depois foram para a cama, mas ninguém conseguia dormir. E na mesma altura em que no quarto das raparigas conversavam sobre as histórias fantásticas que tinham ouvido, já no quarto dos rapazes preparavam uma saída secreta para irem à encruzilhada. Mas gerou-se uma pequena confusão. O Daniel Oliveira era da opinião que se devia convidar as raparigas para essa aventura. Logo uns concordaram, mas outros estavam totalmente em desacordo e queriam que fossem só os rapazes. Decidiram então fazer uma votação e o grupo dos que não queriam dizer nada às raparigas ganhou. Rapidamente os rapazes se puseram a caminho da encruzilhada. Saíram de casa discretamente e, silenciosamente, foram aproximando-se da encruzilhada. A cada passo que davam o bater do coração era cada vez mais forte. A ansiedade e o medo começavam a tomar conta deles. Quando faltavam apenas cinco, digo, apenas cinco passos para a encruzilhada e viram um pequeno arbusto a mexer-se foi confusão total: uns gritavam, outros amarraram-se uns aos outros e o Chico, na tentativa de se esgueirar dali, esbarrou-se contra uma árvore. Perante este cenário começou-se a ouvir uma enorme gargalhada. E de imediato começaram a sair de trás dos arbustos as raparigas. Pasmados os rapazes nem queriam acreditar no que estavam a ver. Depois de sossegados, combinaram ali mesmo uma nova saída, mas agora com todo o grupo: rapazes e raparigas.
No dia seguinte prepararam, cuidadosamente, tudo aquilo que precisavam para as suas intenções dessa noite. Tudo isto aconteceu com a primorosa ajuda da Andreea e às escondidas do avô Andrei e do professor David.
Eis que chegou a noite e durante o jantar todos permaneceram estranhamente calados. Até os senhores da casa estavam admirados e tencionavam saber o que se passava com os meninos, pois nunca os tinham visto assim. Mas nada lhes foi dito! Nem uma palavra!
Já de madrugada e quando a casa jazia num enorme silêncio, rapazes e raparigas saíram, prudentemente, em bicos de pés, dos seus quartos. Encaminharam-se para o local combinado, à entrada da quinta, onde se encontrariam. Vestidos com roupas escuras, para não serem reconhecidos, caminharam, depois, até à encruzilhada.
Ao chegar à encruzilhada o grupo dividiu-se em quatro, um para cada caminho. Era noite de lua cheia e todos queriam ver o que lá se passava e confirmar in loco se as histórias que lhes contaram eram afinal verdadeiras. Repentinamente fez-se ecoar o troar de um cavalo que parou milimetricamente no meio, mesmo no meio da encruzilhada. Assustados e sem quererem acreditar no que os seus olhos estavam a ver, os quatro grupos ficaram imobilizados e bem escondidos atrás da vegetação.
O cavalo pressentindo a presença de estranhos começou a relinchar e a bater fortemente com as patas dianteiras no chão, como quem escavava. Perante este cenário a Catarina, descontroladamente, soltou um grito e o cavalo fugiu assustado. Mas de imediato e sem dar tempo a que se recompusessem, eis que surge na encruzilhada uma criatura muito mais assustadora. Era um misto de homem e lobo… era um lobisomem!
Se com o cavalo já tinham ficado assustados, com o lobisomem pior foi: uns fugiram desalmadamente sem saber para onde iam, outros gritavam frenéticos sem se mexerem e a Tânia ao ver aquela criatura abriu a boca para gritar, mas já não conseguiu, porque nesse instante desmaiou. No meio da encruzilhada permanecia quieto o lobisomem, no mesmo sítio onde o cavalo tinha batido com as patas como quem escavava. Entretanto os colegas da Tânia deitavam-lhe água na cara, enquanto o Rui lhe fazia festinhas na cabeça a ver se ela acorda-va.
Ao mesmo tempo que decorria aquela cena romântica ouviu-se um enorme uivar numa mistura de grito humano e acompanhado de uma estrondosa explosão de luz, que se desfez numa nuvem de fino fumo. E o lobisomem desapareceu num ápice. Ainda a medo começaram a surgir, entre os arbustos do outro lado da encruzilhada, as cabeças do grupo que lá se encontrava. O Mauro que se levantou um pouco mais informou os colegas que o lobisomem tinha desaparecido. Então, todos saíram dos seus esconderijos, menos o Rui que continuava a tentar acordar a Tânia do seu desmaio. O grupo juntou-se e foram todos ver o que se passava com a sua colega desmaiada, que entretanto acabou por acordar, desorientada.
Amedrontados foram para casa e pelo caminho encontraram a Alice, os David, a Joa-na e o Diogo que ainda andavam perdidos no meio do campo. Ao chegar o grupo tinha uma surpresa à sua espera: o professor David e o avô Andrei aguardavam, muito zangados, os atrevidos e ousados meninos, que logo desfiaram um rol de desculpas. Mas para o professor ficavam todos de castigo. No entanto o avô Andrei, homem mais sensato e paciente, aconselhou que se ouvisse o que os alunos tinham realmente a dizer.
Então reuniram-se todos na sala de jantar e fizeram um relato completo de tudo aquilo que eles tinham visto naquela noite, na encruzilhada. Depois de uma hora de atormentada conversa e tendo em consideração os relatos dos acontecimentos fascinantes que se diziam acontecer naquele lugar, concordaram em investigar melhor aquele lugar.
Na manhã do dia seguinte, o avô Andrei pegou num tractor, com algumas ferramentas, e levou toda a gente no atrelado para os quatro caminhos. Quando chegaram ao local, os alunos mostraram o sítio exacto onde o cavalo tinha estado e onde o lobisomem se tinha esfumado. Logo pegaram em pás e picaretas e começaram a escavar. Escavaram… escavaram… Até que de repente ouviu-se uma picareta bater em ferro. Todos pararam e puseram-se a ver melhor o que estava ali escondido. Via-se apenas um pedaço de ferro já enferrujado. Continuaram, com mil cuidados, a retirar a terra de cima daquele ferro, que passado algum tempo acabou por se revelar totalmente: era uma velha caixa de ferro que ali estava enterrada. Levantaram-na meticulosamente e debaixo dela escondia-se uma pequena chave, também ela de ferro.
De imediato embrulharam a caixa numa camisola do Sandro e taparam novamente o buraco que tinham aberto na encruzilhada.
Foram para casa. A curiosidade era cada vez mais intensa. Todos queriam saber o que havia dentro daquela caixa. Já não aguentavam mais!
O avô Andrei pegou na caixa e o professor David na chave. A excitação era grande e, diligentemente, a chave foi introduzida na fechadura e à primeira volta a caixa de ferro abriu-se… E surpresa das surpresas de dentro saiu um incandescente brilho doirado.
A caixa de ferro guardava há milhares de anos trinta colares de ouro, que foram dis-tribuídos pelos vinte e oito alunos, mais um para o professor David e outro para o avô Andrei, que de imediato o ofereceu à avó Ana.
O dia seguinte estava quase a chegar! Já era dia de regressar a Portugal.
Finalmente chegou o dia da partida e todos se encontravam no aeroporto radiantes e felizes por estarem perto de embarcar. Só a Ana Maria e o Diogo estavam receosos, porque tinham medo das alturas.
Já dentro do avião e quando este se encontrava na pista a iniciar o seu voo, via-se o Zé Pedro amarrado ao banco com toda a força e a ficar cada vez mais pálido. Felizmente nada aconteceu!
Durante as sete horas de viagem, a Margarida e a Chica não pararam, nem por um segundo, de conversar e o Sandro e o Cláudio entretiveram-se a jogar PSP. Outros dormiram, outros olharam simplesmente para as nuvens, através das pequenas janelas e outros não fizeram nada.
Eram seis da tarde quando chegaram a Chişinãu. No aeroporto à espera dos turistas estava o avô da Andreea, mais o seu tio Viorel, prontos para os transportarem até Străşeni. A viagem, feita em duas carrinhas de caixa aberta, durou pouco mais do que uma hora. Mas todos queriam que tivesse durado muito mais, porque foi uma enorme diversão. Apenas a Tânia se sentiu um pouco tonta e enjoada com aquela turbulenta viagem maluca.
Ao chegar à quinta do avô da Andreea, em Străşeni, a saudosa neta correu para os braços da avó Ana.
Depois de conhecerem a família e a quinta onde iriam ficar instalados, era altura de tomarem uma reconfortante refeição pre-parada pelos donos da casa. Nesse dia já nada mais podia acontecer, apenas um banho bem quentinho e uma boa noite de sono e sonho.
No dia seguinte, ainda de manhãzinha cedo, andava o Lúcio para trás e para a frente, porque estava com saudades da sua caminha e já não conseguia dormir. Os outros ainda dormiam tranquilamente, apenas alguma agitação no quarto do Francisco porque o seu ressonar incomodava os seus colegas.
Durante o pequeno-almoço ficou decidido que nessa manhã iriam visitar as vinhas e a adega do avô da Andreea. E assim foi!
As vinhas estavam repletas de uvas que começavam a amadurecer. Ora o Rui, o Daniel Ferreira e o Vítor não perderam tempo e a oportunidade de as saborearem, mesmo estando ainda meias verdes. Claro que isso não deu bom resultado e passado algum tempo já se contorciam e queixavam de dores de barriga. E tiveram de ser rápidos para irem atrás de uma árvore… Não queiram saber o que lá aconteceu. Mas os seus colegas começaram a queixar-se de um certo mau cheiro que vinha dos lados daquelas árvores.
Já aliviados uns e outros zangados, por causa da espera, continuaram a visita às vinhas, ouvindo atentamente as explicações que o avô Andrei ia dando e que só eram percebidas porque a Andreea as traduzia.
À tarde foram visitar o lugar onde é guardado o vinho, aquilo que para nós é uma adega, mas na Moldávia esse lugar encontra-se debaixo de terra, numa espécie de gruta, que se chama beci. Todos ficaram encantados com aquele lugar e alguns, como os dois David, mais o Mauro e o Gabriel, já imaginavam grandes aventuras naquele espaço subterrâneo, onde estavam guardadas milhares de garrafas de vinho. O Rui e o Sandro queriam que o anfitrião abrisse uma garrafita para matarem a sede, mas tal não aconteceu. Apenas água e sumos para as meninas e meninos.
De volta a casa, percorreram outro caminho que passava pelo meio de uma mata de frondosas e verdejantes árvores. A dada altura, o avô Andrei disse que tínhamos de fazer um pequeno desvio, porque não se podia passar na encruzilhada que estava mesmo à nossa frente. A encruzilhada era o lugar onde dois caminhos se cruzavam. E o avô Andrei não queria que passássemos por lá, porque contava-se que em determinadas épocas passavam-se ali estranhos acontecimentos. Todos ficaram assustados e muito curiosos e queriam ouvir essas fabulosas histórias. E assim foi! Depois do jantar todos ficaram muito atentos às histórias de lobisomens, cavalos e colares de ouro, que o avô Andrei narrava.
Depois foram para a cama, mas ninguém conseguia dormir. E na mesma altura em que no quarto das raparigas conversavam sobre as histórias fantásticas que tinham ouvido, já no quarto dos rapazes preparavam uma saída secreta para irem à encruzilhada. Mas gerou-se uma pequena confusão. O Daniel Oliveira era da opinião que se devia convidar as raparigas para essa aventura. Logo uns concordaram, mas outros estavam totalmente em desacordo e queriam que fossem só os rapazes. Decidiram então fazer uma votação e o grupo dos que não queriam dizer nada às raparigas ganhou. Rapidamente os rapazes se puseram a caminho da encruzilhada. Saíram de casa discretamente e, silenciosamente, foram aproximando-se da encruzilhada. A cada passo que davam o bater do coração era cada vez mais forte. A ansiedade e o medo começavam a tomar conta deles. Quando faltavam apenas cinco, digo, apenas cinco passos para a encruzilhada e viram um pequeno arbusto a mexer-se foi confusão total: uns gritavam, outros amarraram-se uns aos outros e o Chico, na tentativa de se esgueirar dali, esbarrou-se contra uma árvore. Perante este cenário começou-se a ouvir uma enorme gargalhada. E de imediato começaram a sair de trás dos arbustos as raparigas. Pasmados os rapazes nem queriam acreditar no que estavam a ver. Depois de sossegados, combinaram ali mesmo uma nova saída, mas agora com todo o grupo: rapazes e raparigas.
No dia seguinte prepararam, cuidadosamente, tudo aquilo que precisavam para as suas intenções dessa noite. Tudo isto aconteceu com a primorosa ajuda da Andreea e às escondidas do avô Andrei e do professor David.
Eis que chegou a noite e durante o jantar todos permaneceram estranhamente calados. Até os senhores da casa estavam admirados e tencionavam saber o que se passava com os meninos, pois nunca os tinham visto assim. Mas nada lhes foi dito! Nem uma palavra!
Já de madrugada e quando a casa jazia num enorme silêncio, rapazes e raparigas saíram, prudentemente, em bicos de pés, dos seus quartos. Encaminharam-se para o local combinado, à entrada da quinta, onde se encontrariam. Vestidos com roupas escuras, para não serem reconhecidos, caminharam, depois, até à encruzilhada.
Ao chegar à encruzilhada o grupo dividiu-se em quatro, um para cada caminho. Era noite de lua cheia e todos queriam ver o que lá se passava e confirmar in loco se as histórias que lhes contaram eram afinal verdadeiras. Repentinamente fez-se ecoar o troar de um cavalo que parou milimetricamente no meio, mesmo no meio da encruzilhada. Assustados e sem quererem acreditar no que os seus olhos estavam a ver, os quatro grupos ficaram imobilizados e bem escondidos atrás da vegetação.
O cavalo pressentindo a presença de estranhos começou a relinchar e a bater fortemente com as patas dianteiras no chão, como quem escavava. Perante este cenário a Catarina, descontroladamente, soltou um grito e o cavalo fugiu assustado. Mas de imediato e sem dar tempo a que se recompusessem, eis que surge na encruzilhada uma criatura muito mais assustadora. Era um misto de homem e lobo… era um lobisomem!
Se com o cavalo já tinham ficado assustados, com o lobisomem pior foi: uns fugiram desalmadamente sem saber para onde iam, outros gritavam frenéticos sem se mexerem e a Tânia ao ver aquela criatura abriu a boca para gritar, mas já não conseguiu, porque nesse instante desmaiou. No meio da encruzilhada permanecia quieto o lobisomem, no mesmo sítio onde o cavalo tinha batido com as patas como quem escavava. Entretanto os colegas da Tânia deitavam-lhe água na cara, enquanto o Rui lhe fazia festinhas na cabeça a ver se ela acorda-va.
Ao mesmo tempo que decorria aquela cena romântica ouviu-se um enorme uivar numa mistura de grito humano e acompanhado de uma estrondosa explosão de luz, que se desfez numa nuvem de fino fumo. E o lobisomem desapareceu num ápice. Ainda a medo começaram a surgir, entre os arbustos do outro lado da encruzilhada, as cabeças do grupo que lá se encontrava. O Mauro que se levantou um pouco mais informou os colegas que o lobisomem tinha desaparecido. Então, todos saíram dos seus esconderijos, menos o Rui que continuava a tentar acordar a Tânia do seu desmaio. O grupo juntou-se e foram todos ver o que se passava com a sua colega desmaiada, que entretanto acabou por acordar, desorientada.
Amedrontados foram para casa e pelo caminho encontraram a Alice, os David, a Joa-na e o Diogo que ainda andavam perdidos no meio do campo. Ao chegar o grupo tinha uma surpresa à sua espera: o professor David e o avô Andrei aguardavam, muito zangados, os atrevidos e ousados meninos, que logo desfiaram um rol de desculpas. Mas para o professor ficavam todos de castigo. No entanto o avô Andrei, homem mais sensato e paciente, aconselhou que se ouvisse o que os alunos tinham realmente a dizer.
Então reuniram-se todos na sala de jantar e fizeram um relato completo de tudo aquilo que eles tinham visto naquela noite, na encruzilhada. Depois de uma hora de atormentada conversa e tendo em consideração os relatos dos acontecimentos fascinantes que se diziam acontecer naquele lugar, concordaram em investigar melhor aquele lugar.
Na manhã do dia seguinte, o avô Andrei pegou num tractor, com algumas ferramentas, e levou toda a gente no atrelado para os quatro caminhos. Quando chegaram ao local, os alunos mostraram o sítio exacto onde o cavalo tinha estado e onde o lobisomem se tinha esfumado. Logo pegaram em pás e picaretas e começaram a escavar. Escavaram… escavaram… Até que de repente ouviu-se uma picareta bater em ferro. Todos pararam e puseram-se a ver melhor o que estava ali escondido. Via-se apenas um pedaço de ferro já enferrujado. Continuaram, com mil cuidados, a retirar a terra de cima daquele ferro, que passado algum tempo acabou por se revelar totalmente: era uma velha caixa de ferro que ali estava enterrada. Levantaram-na meticulosamente e debaixo dela escondia-se uma pequena chave, também ela de ferro.
De imediato embrulharam a caixa numa camisola do Sandro e taparam novamente o buraco que tinham aberto na encruzilhada.
Foram para casa. A curiosidade era cada vez mais intensa. Todos queriam saber o que havia dentro daquela caixa. Já não aguentavam mais!
O avô Andrei pegou na caixa e o professor David na chave. A excitação era grande e, diligentemente, a chave foi introduzida na fechadura e à primeira volta a caixa de ferro abriu-se… E surpresa das surpresas de dentro saiu um incandescente brilho doirado.
A caixa de ferro guardava há milhares de anos trinta colares de ouro, que foram dis-tribuídos pelos vinte e oito alunos, mais um para o professor David e outro para o avô Andrei, que de imediato o ofereceu à avó Ana.
O dia seguinte estava quase a chegar! Já era dia de regressar a Portugal.
David Carpinteiro e alunos 6º F, Escola E.B. 2/3 de Amares - Ano Lectivo 2009/2010
lol , isso e do 6ºF ... 0.o
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